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Repressão e violência na aprovação da PEC da Morte

A PEC já havia sido aprovada durante a manhã, mas as pessoas que foram à Brasília de diversas cidades do país para protestar contra a medida não se intimidaram e foram duramente reprimidas. Fazendo uso de spray de pimenta, bombas efeito moral, gás lacrimogêneo e cassetetes, a Polícia Militar do Distrito Federal impediu que a manifestação saísse da concentração, em frente ao Museu Nacional. A repressão ao ato se tornou uma perseguição pelas ruas da cidade, assustando brasilienses e forçando os manifestantes a criarem barricadas para dificultar o avanço da Polícia.

Manifestantes eram, na maioria, independentes, já que direções sindicais e de movimentos estudantis diversos orientaram suas bases a priorizarem atos nos estados. Foto: Pollyana Lopes

Diversas categorias estiveram presentes no protesto, mas, assim como no dia 29 de novembro, data do primeiro turno da votação, os estudantes foram maioria entre os manifestantes. No entanto, dessa vez o ato foi construído pelas bases sindicais e estudantis, já que entidades nacionais de ambos haviam dado a orientação de priorizar protestos nos estados. Da UFRRJ, partiram três ônibus com professores e estudantes do campus Seropédica e do campus de Nova Iguaçu em direção à capital do país. Em Brasília, a comitiva ruralina se uniu a grupos do país de inteiro e, em uma plenária com a participação de mais de 20 instituições de ensino, discutiu e decidiu como o ato aconteceria.

“A PEC vai tirar direitos da população que foram conquistados e isso é rasgar a Constituição. Eu fui no ato primeiro porque é um movimento que está acordando agora. O movimento estudantil ficou muito parado e é importante a gente fazer esse tipo de manifestação para eles verem que a gente está realmente insatisfeito. Não adianta ficarem abafando na mídia o que está acontecendo porque a gente sabe o que está acontecendo”, contou Gabriele Oliveira, estudante do sétimo período de agronomia.

Gabriele foi nos dois atos em Brasília e disse que nunca passou por tamanha repressão. Foto: Pollyana Lopes

Já Lucas Magalhães, do segundo período de zootecnia, explica que as motivações que o levaram ao ato vão além da PEC: “Eu acho que o maior intuito, e não só meu, foi rever os direitos que a gente perdeu e reafirmar que a gente não vai perder mais nenhum além dos que já perdemos. E também mostrar que tantos estudantes quanto cidadãos das áreas periféricas estão descontentes com as atitudes que o atual governo vem tomando”.

Entre os professores, Marco André Alves de Souza, do Departamento de Química e integrante do Comando Local de Greve esteve presente nos dois atos e reforçou a necessidade de participação: “Não dá para ficar parado ou manifestar meu desprezo à PEC-55 pelas mídias sociais. O contexto político atual exige o engajamento de todos os professores e servidores para construir um bloco de resistência ao pacote de maldades do governo Temer, e isto se faz no corpo-a-corpo, nas ruas”, declarou o professor.

 

Perseguição de um lado, solidariedade de outro

Durante a perseguição pela cidade, a polícia obrigou boa parte dos manifestantes a passar entre os carros, em meio ao congestionamento, e pela rodoviária de Brasília, que estava cheia pois era horário de saída do trabalho. Em resposta, estudantes entoaram gritos de ordem como “trabalhador, preste atenção, são vinte anos sem saúde e educação”.

“Com essa atitude a polícia colocou os estudantes, os manifestantes, no meio dos cidadãos que tecnicamente não teriam nada a ver com a manifestação. Mas eles sentem o gás na cara tanto quanto a gente. E isso meio que joga os estudantes, os manifestantes contra a população usando o psicológico dizendo que a gente está atrasando a volta pra casa deles”, contou Lucas que, em meio ao caos, assistiu momentos de solidariedade entre população e integrantes do protesto. “Não tinha muito o que fazer, a gente teve que recuar. Mas houve conscientização, houve sim uma troca de ideia. A gente presenciou que muitas pessoas que atuam como camelôs, apoiaram os manifestantes. Houve gritos de ordem dizendo que o manifestante é amigo do camelô e aí muitas pessoas que estavam voltando para suas casas, estavam nos ônibus, apoiaram, gritaram, dizendo que era isso mesmo que tinha que fazer”.

 

“Deixamos nosso recado”

Além dos tradicionais gritos de ordem e cartazes, enquanto esteve em frente ao Museu Nacional, a manifestação também contou com intervenções artísticas diversas simbolizando as pautas do protesto. Em “povo-gado”, pessoas amarradas a uma corda como se fossem uma boiada são arrastadas e repetem o que dizem aqueles que representam os fazendeiros; o Comando Nacional de Greve do Andes levou coroas de flores, balões pretos e cruzes representando a morte dos direitos sociais.

Professores da UFRRJ marcaram presença no protesto. Foto: Pollyana Lopes

Estas formas alternativas não sensibilizaram a Polícia, que reprimiu duramente o protesto, “numa luta desigual”, segundo Gabriele. Mas os manifestantes resistiram à repressão e, de acordo com os ruralinos entrevistados, deram o recado.

“Acho que a mensagem foi dada. A galera que foi para o ato estava ciente que não ia ser fácil, que a repressão ia ser muito grande. Mas a mensagem foi dada, não vamos nos calar e não vamos aceitar esse tipo de repressão”, enfatizou Lucas. “Eu me senti na obrigação de unir esforços para a construção de um ato em Brasília. E assim foi feito, deixamos o nosso recado: não vai ser mole não”, finalizou o professor Marco André.

Após o ato, mais de 70 manifestantes foram detidos, mas graças a assessoria jurídica de sindicatos e de advogados ativistas, incluindo duas advogadas ligadas a Adur, todos foram liberados até a madrugada do mesmo dia. Dentre os ruralinos, não houve nenhum detido e o grupo completo retornou em segurança após o protesto.

Comitiva ruralina de professores e estudantes retornou em segurança. Foto: Pollyana Lopes


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